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Mostrando postagens de 2013

POESIA VIVA DO RECIFE : "MURAL DOS GUARARAPES", de Ariano Suassuna

A terra cor de vinho : furna, a onça castanha,  Num corpo de batalha - o mundo, o ouro do sol - Há sangue nas raízes, há ossos que branquejam  No sol da terra sangra o sol deste outro sol.  E ainda esturra aqui a onça da paz, escuma,  Mestiça magistral - a onça, a gateada.  Um de seus olhos dorme, o outro, aceso, encandeia.  Vigiando o sol, as pedras, as árvores sagradas.  E Deus escreve certo suas áureas linhas tortas:  Nesta terra, que é Dele, o Diabo perde as botas.  - "Viva o sangue de Deus, limpando a luz do mal !" -  Grita o clarim dos cantos, à luz deste mural.  (Da antologia POESIA VIVA DO RECIFE,  organizada por Juareiz Correya)  ____________________________________________ AGENDA CULTURAL (Dezembro 2013) - Página 63 - Seção "Literatura" - Prefeitura do Recife / Secretaria de Cultura Fundação de Cultura Cidade do Recife Acesse : http://www.recife.pe.gov.br/agendacultural /  http://www.agendaculturaldorecife.blogspot.com.br 

POESIA VIVA DO RECIFE : "POETAS NO RECIFE", de Ramos Sobrinho

O poeta atravessa  a ponte  qual um cão atravessa   a fome,  farejando as pedras,  inventa babilônias com ruas de poemas   e jardins suspensos   contra a tísica das horas.   E ninguém vê.  (Da antologia POESIA VIVA DO RECIFE, organizada por Juareiz Correya) _________________________________________ RAMOS SOBRINHO (José Ramos Sobrinho)  nasceu em Goiana (PE). Poeta, contista e  cronista. É antropólogo formado pela UFPE e ex-professor da FAFICA (Caruaru, PE).  Funcionário público aposentado do Banco  do Brasil.  Poemas divulgados em jornais,  revistas, e em duas antologias da Associação  Atlética Banco do Brasil (AABB). Prepara a  publicação do seu primeiro livro de poesia.  ________________________________________ Transcrito da AGENDA CULTURAL (Novembro 2013, Número 219, Seção "Literatura") - Prefeitura do Recife / Secretaria de Cultura / Fundação de Cultura Cidade do Recife - http://www.recife.pe.gov.br/agendacultural  E ni

A CANÇÃO DA CIDADE AMADA, de Maria Pereira de Albuquerque

Durante o dia sou a mulher  que não anda corre  através das ruas   driblando pivetes  e carros.  Durante o dia sou a mulher   máquina   que se desvia dos camelôs  da Guarda Municipal   não olha vitrines   passa.  Porém à noite   solto os cabelos  aos alíseos   vôo rasante entre   penhascos, escolhos   e desato a alma.   Ah, noite-Recife   de sustos e graças !  (Da antologia POESIA VIVA DO RECIFE,  organizada por Juareiz Correya)  ___________________________________________ T ranscrito da AGENDA CULTURAL DO RECIFE  (Outubro, 2013)  - Prefeitura do Recife / Secretaria de Cultura /  Fundação de Cultura   Cidade do Recife  Acesse : Seção Literatura / Poesia Viva do Recife  http://www.recife.pe.gov.br/agendacultural  http://www.agendaculturaldorecife.blogspot.com

POESIA VIVA DO RECIFE : "GERAÇÃO", de Cida Pedrosa

vivíamos no intestino do recife  e o capibaribe   era um parto de sonhos   onde digeríamos sonhos   vai longe o tempo   em que fuzis e baionetas   poderiam ser canto   enternecido e libre   geração ácida   que diluía a alma em álcool   e fazia da redoma o copo   com certeza, senhores   vai longe, muito longe, o tempo   em que tiramos o papel do limbo  e cravamos o punhal no branco   (Da antologia POESIA VIVA DO RECIFE, organizada por Juareiz Correya)  ________________________________________________________  CIDA PEDROSA - Nasceu em Bodocó (PE). Militante dos Escritores  Independentes de Pernambuco. Poetisa, advogada. Organiza recitais  de poesia nas ruas do Recife e em cidades da Região Metropolitana.  Dirige, com Sennor Ramos, a revista eletrônica de poesia  INTERPOÉTICA (www.interpoetica.com) É secretária do Meio Ambiente  e Sustentabilidade /Prefeitura do Recife.  Incluída na antologia Marginal Recife - Coletânea

CANÇÃO DO RECIFE PARA SEMPRE, de Antonio Botelho

Haverá sempre um Recife no meu peito. Um Recife que tem o cheiro da saudade De uma mãe invisível que permanece Me esperando na janela. Haverá sempre um Recife no meu peito. Um Recife que tem a cor da lembrança Dos sapatos de um pai que está sempre A retornar de uma viagem imaginária. Haverá sempre um Recife no meu peito. Recife que é fera que salta no meu sonho. Recife que revela a fera que pretendo Mas que jamais serei. Haverá ontem, hoje e sempre Um Recife que me apunhala Me acorrenta e me liberta Em suas pontes que me atravessam E me levam A todo e a nenhum lugar.   (Da antologia POESIA VIVA DO RECIFE,  organizada por Juareiz Correya)  _______________________________________ T ranscrito da AGENDA CULTURAL  - Número 216 /  Agosto 2013 -  Prefeitura do Recife / Secretaria de Cultura /  Fundação de Cultura Cidade do Recife  Seção "Literatura" :  Poesia Viva do Recife  (http://www.recife.pe.gov.br/agendacultural) 

POESIA VIVA DE NATAL : "UMA CIDADE VESTIDA DE SOL", de Racine Santos

Sendo a cidade Natal uma filha do Nordeste pega o sol toda manhã e com ele então se veste. Natal se veste de sol roupa de rica fazenda não se rasga nem se suja e tampouco se remenda. O sol cai sobre Natal como roupa bem talhada (de linho ou de algodão) que a traz iluminada. Como uma roupa de festa, um vestido de noivado, ou como um terno branco todo engomado. Como uma roupa de gala eu bem diria, mesmo que seja usada no dia a dia. Roupa de puro sol que larga se faz na praia onde parece um lençol : branco lençol de cambraia. Assim vestida de sol a cidade de Natal lembra mulher em repouso terna e sensual. De dezembro a fevereiro quando mais forte o calor a cidade então se veste com mais apuro e rigor. Nesse tempo de verão explode a cidade em luz : por todo canto se vê os estilhaços cajus. Mesmo vestida de sol (como pedra no sertão) ainda mais se agasalha quando se faz o verão. No verão ela se veste de sol com tanta alegria que se mai

POESIA VIVA DO RECIFE : "SERMÃO PARA UMA CIDADE", de Rogério Generoso

Olhai, que o atlântico já anuncia  tuas casas, pontes e rios, submersas.  Olhai, que um polvo já desliza  em teu futuro extinto, aonde fora  o pináculo dos teus edifícios.  E, uma floresta de corais, já cobre  a tua geografia, onde antes se viam homens e automóveis.  (Da antologia POESIA VIVA DO RECIFE, organizada por Juareiz Correya) __________________________________________________________ ROGÉRIO GENEROSO - Recifense, nascido em setembro de 1963.  Criou, com um grupo de amigos, o movimento cultural "Invenção de Poesia", que promove, desde 2004, exposições mensais  de poesia na Biblioteca Popular de Casa Amarela.  Participação ativa em recitais poéticos na região do Grande Recife.  É membro da diretoria da UBE-PE. Incluído na antologia MARGINAL RECIFE - Coletânea Poética 5, publicação da Fundação de Cultura Cidade do Recife. Poemas publicados em jornais alternativos  e na Internet.   Poesia publicada :   LAURENT E OUTROS POEMAS.

POESIA VIVA DO RECIFE : "CHOVE NA RUA DO SOL", de Luciano Nunes

Andando com meus óculos embaçados na neblina de maio atravesso a Ponte Duarte Coelho sinto os dedos do tempo, ao lado, batendo no ombro do silêncio.  Recife é a parede a janela  dela vejo o mundo. Lá fora Deus é pássaro.  Chove na Rua do Sol Chove no Rio da Rua da Aurora Quem sente frio na Rua do Sol Escreve poesia com a tinta da chuva.  Passeia chuva, passeia, Passeia na ponte, vadeia nas ilhas.  Domingo de chuva e silêncio mergulho no rio das horas  com meus óculos embaçados.    (Da antologia POESIA VIVA DO RECIFE,  organizada por Juareiz Correya ) ________________________________________ LUCIANO NUNES - Recifense.  É funcionário público federal. Poeta, compositor e autor  de  música popular, com gravações em CDs de Patricia  Cruz e Paulo Diniz.  Tem pronto para publicação  um estudo sobre poetas populares nordestinos.  Inédito em livro.   

POESIA VIVA DO RECIFE : "RECIFE", de Marco Polo Guimarães

(Homenagem aos 476 Anos da Cidade) Recife, cidade pantera, fera de lata e latão, gume de foice, severa esfera de ferro, ferrão. Recife, cidade minério, rios, ventos, luz e chão, poço cavado no aéreo areal da imaginação.   (Da antologia POESIA VIVA DO RECIFE, organizada por Juareiz Correya) ___________________________________________________________ MARCO POLO GUIMARÃES - Recifense, nascido em março de 1949. É diretor de produção editorial da CEPE. Poemas publicados em jornais,  revistas e antologias brasileiras. Poesia  publicada : Voo Subterrâneo, Brilho, Palavra Clara, A Superfície do Silêncio, Caligrafias, Sax áspero, Corpo Inteiro .   Participou da primeira edição   da antologia    Poesia Viva do Recife (CEPE / Governo de Pernambuco, Recife, PE, 1996) Acesse : Agenda Cultural  (Abril 2013) - Literatura    http://www.recife.pe.gov.br/agendacultural

POESIA VIVA DO RECIFE : livro impresso e eletrônico em homenagem aos 476 anos da Cidade

     A segunda edição da antologia POESIA VIVA DO RECIFE, ampliada com a reunião de textos de 200 poetas pernambucanos, será lançada, pela Panamerica Nordestal Editora, em edições impressa e eletrônica, ainda neste ano de 2013, em homenagem aos 476 anos da cidade.       O poeta e editor Juareiz Correya, responsável pela organização da antologia, esclarece que "na primeira edição, publicada pela Companhia Editora de Pernambuco - CEPE / Governo do Estado, em 1996, por iniciativa do presidente Evaldo Costa, o livro reunia 100 poetas pernambucanos.  A nova edição, revista e ampliada, preserva os poetas/poemas publicados da primeira edição e publica novos textos, criados sobre o Recife, de alguns poetas já conhecidos e de novos e novíssimos poetas que vivem, amam e eternizam a cidade."      Além dos 100 poetas já publicados na primeira edição da antologia, estes são alguns dos novos nomes com poemas já selecionados para a segunda edição da antologia POESIA VIVA DO RECIFE

POESIA VIVA DO RECIFE : "Recife : Geografia Pessoal", de Jaci Bezerra

Guarda a cidade num dos arquipélagos da alma  como quem guarda na estante os seus poetas prediletos : Bandeira, Cardozo, João Cabral, Carlos Drummond de Andrade. E sabe, ao amorosamente folheá-la, que pode ir dormir como homem e acordar como acácia.  Nada capaz de assustar a poesia. Apenas, depois que a conheceu, aceitou ficar assim  povoado de beirais e torres de igrejas  para sustentar andorinhas no ar. E branco, todo branco, como a alma em cal viva  lavra esse metro de lembrança e luz com um solitário rio no meio : cantando.  (Da antologia POESIA VIVA DO RECIFE, organizada por Juareiz Correya ) ___________________________________________________________ JACI BEZERRA nasceu em Murici (AL). Vive desde a adolescência no Recife. Poeta,  contista, dramaturgo e editor.  Criador, com Alberto da Cunha Melo e alguns amigos, do movimento cultural  "Edições Pirata".  Poesia publicada em antologias nordestinas  e brasileiras.  Organizou, com Syvia Pontual,

POESIA VIVA DO RECIFE : "FREVO DE VÁRZEA", de Wilson Araújo

Tô entre o santa cruz e a espada  no peito  com a corda no pescoço  avanço  um passo na barreira cara a cara e a coragem para suportar  torcer contorcer pelo santa  cruz e credo tudo é carnaval do futebol até  o sol  raiar  resistir é preciso no riso  de pileque  com meu lado moleque  um pique vadio em terreno baldio     (Da antologia POESIA VIVA DO RECIFE, organizada por Juareiz Correya)       ______________________________________________________________________   WILSON ARAÚJO  -  Nasceu em São João dos Patos (MA).  Vive no Recife (PE).  Funcionário público federal.  Poemas publicados em suplementos e revistas literárias  brasileiras. Publicou o livro de poesia PauBrasília e livretos, folhetos, em parceria com Pedro Américo de Farias. Incluído na primeira edição de POESIA VIVA DO RECIFE (CEPE / Governo de Pernambuco, Recife, 1996).  

ST. LOUIS BLUE STREET, de Alberto Beuttenmuller

Rua São Luís Rua mistificada Mon Montparnasse God save st. Louis Elevadores com dores baixas Prédios e prédios sem remédios  Tédios-ódios-solidão Fumaça saindo das carnes  Sensualidade sem sexo Sexomaníacos de escritório Faróis-anzóis-caracóis Mãos-de-mãos-contra-mão Calmaria de agitação  Ação-contraação-inação Rua São Luís  Rua sem santos  Mon Montparnasse  Quatro quadras  De riso e solidão  Um pouco de todos nós Saindo de dentro de todos  (Da antologia inédita POESIA VIVA DE SÃO PAULO)  __________________________________________________________________ ALBERTO BEUTTENMULLER - É paulistano. Jornalista, poeta, ficcionista, editor, administrador cultural.  Formado em jornalismo,  exerceu a profissão em diversas empresas paulistanas, a exemplo de O Estado de São Paulo e Folha de São Paulo.  Publicou novelas e ensaios. Poemas e contos publicados  em antologias paulistanas.  Poesia publicada : ESPADAMORMARMORT

UM POEMA SOBRE A CIDADE, de Juareiz Correya

Um poema sobre a cidade  é arquitetônico estatístico geográfico histórico urbanístico ? Um poema sobre a cidade  tem gente trânsito tragédias  ruas avenidas pontes viadutos atropelamentos histórias nascimentos  naturezas vivas e mortas ? Um poema sobre a cidade  atravessa casas edifícios condomínios  desorienta números e Institutos de Geografias e Estatísticas  reinventa a  humanidade antiga e nova que nela habita  e rejuvenesce o passado e morre o futuro e perpetua o presente  Um poema sobre a cidade  é o tempo e não é o tempo de criação e de danação Um poema sobre a cidade  manda para o espaço a cidade  e é terra batida asfalto árvores verdes e negras rio lama atmosfera cósmica  ou apenas uma praça nua rua uma viela um beco Um poema sobre a cidade  tem mários oswalds bandeiras ascensos drummonds hermilos cabrais celinas vinicius thiagos gullares amados pessoas florbelas  hortas  adélias notaros jacis bruskys ledas vanjas márcias marias mariamas terra