Tenho por essa cidade um carinho de fera
que afaga muros ásperos, procura árvores
ventos livres.
Humana e caótica, São Paulo ruge
de urgência, acaricia e agoniza.
Digo que vou deixá-la, ela não me deixa
tem garras, amarras
jeito de apertar quando tudo parece
solto.
Digo que ela me sufoca
e pasmo por não saber seus limites.
Nela gasto os sapatos, os ossos
ela não me escapa mas não é minha
essa cidade temporal.
(Da antologia inédita POESIA VIVA DE SÃO PAULO,
organizada por Dalila Teles Veras e Juareiz Correya,
a ser publicada pela Panamerica Nordestal Editora
- http://www.panamerica.net.br)
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