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Aqui na floricultura
do Largo do Arouche,
eu espero o fim do mundo
olhando para a Academia Paulista de Letras.
Os automóveis estacionados na madrugada
me fazem lembrar sepulturas antigas
que me habitam.
Aqui na floricultura do Largo do Arouche
escolho as últimas flores
para a última mulher.
Tenho em mim as palavras desnecessárias
para um discurso que nunca farei.
Aqui na floricultura do Largo do Arouche
espero o fim do mundo
como quem espera o bonde
da avenida São João
que não existe mais.
(Da antologia inédita POESIA VIVA DE SÃO PAULO,
organizada por Dalila Teles Veras e Juareiz Correya,
a ser publicada pela Panamerica Nordestal Editora,
- http://www.panamerica.net.br)
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