Arrastado de outros portos
aqui aprendi a ser água.
Recife é a cidade que transborda
não se quedou soterrada.
Reparte-se em rios
transporta sua multiplicidade.
Transpira inquieta
em canais demarcados.
Exige pontes a aproximá-la.
Descobre outras artérias
a comportá-la.
Invade aberturas secretas.
Há que se diluir para abraçar
o seu corpo de peixes,
navios, coragem
Naufragar para renascer
noutra vida
de afogados.
Sua lei
seu destino
é derramar-se.
(Da antologia POESIA VIVA DO RECIFE,
organizada por Juareiz Correya)
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MARCÍLIO MEDEIROS - Recifense. Na década de 1980
editou os jornais alternativos Vaga-Lume e Prólogo.
Conquistou prêmios de poesia em Pernambuco. Poesia publicada :
Anjo Clandestino, A Pulsação Repleta. Publica, na Internet,
os blogs literários "Liras, Musas & Aedos"
(http://marciliomedeiros.blogspot.com) e "Vida Literária"
(http://marciliomedeiros.zip.net)
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