Seis da manhã. Tocam os sinos da igreja de Santa Cruz. Repicam-se na igreja de São Gonçalo. O convento da Glória acorda seus carrilhões. A Matriz da Imperatriz alardeia. Estou no coração da cidade. Cada vez mais no seu coração, nas suas tripas, no seu miúdo. Agradeço ao Recife por me mostrar o Coque. Por sentir o cheiro azedo dos seus canais. Por me agraciar com a paisagem das palafitas a partir da Ponte Velha, Contraste do Mangue provedor com o cais excludente. Agradeço porque assim amo mais. Sou grata pela paisagem do porto no Marco Zero. Pelas colinas da Marim que revelam minha cidade natal de cima. O colorido do carnaval que entorpece. O clarim que hipnotiza. O frevo que escraviza a alma folia... (Da antologia POESIA VIVA DO RECIFE, organizada por Juareiz Correya) _________________________________________________________________________________ GERMANA ACCIOLY - Recifense. Estudou música e jornalis
POESIA VIVA DAS CIDADES A poesia contemporânea das capitais brasileiras